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  • Foto do escritorDra. Denise Muniz

Anticoncepcionais causam câncer? Muitas dúvidas e algumas respostas



O câncer, apesar dos estudos, continua sendo uma doença, em geral, cercada por dúvidas. Entender os fatores de risco tem sido uma prioridade, já que dessa forma é possível prevenir ao invés de tratar a doença. Ainda assim, as dúvidas continuam sendo muitas.

Sobre o câncer de mama (o segundo mais comum entre mulheres no Brasil), por exemplo, muito se tem especulado sobre o uso de hormônios.

O que a ciência diz

Tendo em vista essa preocupação, um estudo exponencial dinamarquês, que avaliou 1,8 milhão de mulheres entre 15 e 49 anos de idade (nada mais, nada menos do que toda a população feminina do país nessa faixa etária, com exceção das que já haviam manifestado a doença ou outras condições como o tromboembolismo venoso), notou-se que a prevalência do problema foi 20% maior nas que já tinham usado qualquer tipo de pílula, quando comparadas às que nunca recorreram a esse método contraceptivo. Resultado: se no primeiro grupo foram 55 casos a cada 100 mil mulheres, no segundo (mulheres que fizeram uso do anticoncepcional) foram 68 diagnósticos.

Além disso, a ameaça foi mais significativa nas adeptas do anticoncepcional há mais de dez anos e que estavam acima dos 40. A mesma pesquisa também mostrou que não são só os comprimidos que podem influenciar na incidência do câncer de mama, o dispositivo intrauterino (DIU) com progesterona também foi vinculado a um risco ligeiramente elevado.

Então devo dar adeus à pílula?

Não necessariamente. É preciso ponderar.

Ainda que o estudo indique uma relação, o risco atribuível ao contraceptivo hormonal foi de 1,4%, enquanto o do sedentarismo alcança 4%. Ou seja, continua sendo melhor tomar o anticoncepcional (que evita uma gravidez indesejada e outras complicações proveniente dessa concepção), do que levar uma vida onde hábitos saudáveis são ignorados (até porque, consumo de álcool e sobrepeso também são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama).

Além disso, a avaliação de cada caso é feita juntamente com um profissional. Sua ginecologista levará em consideração histórico familiar antes de recomendar o melhor método contraceptivo para você.

Lembre-se que essa conversa franca deve ser feita, de preferência, ainda na primeira consulta. Isso porque é antes do início da vida sexual que se deve questionar sobre métodos contraceptivos.

O alerta que fica, nesse caso, é: não se automedique!

Fontes: Revista SAÚDE.

Lina S., et al. Contemporary Hormonal Contraception and the Risk of Breast Cancer. The New England Journal of Medicine. December 7, 2017. DOI: 10.1056/NEJMoa1700732

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